sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 4.2 -"Indústria de Defesa, Tecnologia e Inovação".


União planeja instalar polo de defesa no ABC

Por Rodrigo Pedroso

O governo federal tem planos de incentivar a instalação de empresas ligadas à indústria da defesa no ABC paulista. O assunto foi discutido ontem, em seminário sobre o tema, do qual participaram José Genoino, assessor especial do Ministério da Defesa, Luciano Coutinho, presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o prefeito de São Bernardo, Luiz Marinho (PT).

A intenção do governo é oferecer linhas de crédito do banco estatal para as empresas. Para atrair investimentos, um dos primeiros passos foi a Medida Provisória nº 544, publicada no fim de setembro, que prevê a desoneração do setor e acelera licitações públicas.

A existência de uma forte base industrial coloca o ABC como um local atrativo às novas empresas, disse o coronel Alexandre Lemos, presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Materiais de Defesa e Segurança (Abimde). "Temos indústrias de plásticos, química, autopeças e automobilísticas. Já temos uma infraestrutura."

Enquanto o Ministério da Defesa terá a função de coordenar os projetos, caberá ao BNDES liberar as linhas de crédito. Outro suporte serão as universidades da região. Um passo foi dado em maio com a inauguração do Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (CISB), em São Bernardo do Campo, que já reúne 30 projetos ligados à indústria da defesa. A iniciativa é fruto de um acordo entre a prefeitura e a sueca Saab, fabricante do caça Gripen, um dos concorrentes na licitação da Força Aérea Brasileira (FAB).
 

Fonte: Valor Econômico – 21 Out 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 5.1 -" Conjuntura e Relações Internacionais".



A chance dos Brics na Rio+20

                                                    Adriana Erthal Abdenur

Em junho do ano que vem, o Rio de Janeiro sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável (Rio+20), durante a qual entidades da sociedade civil e delegações dos estados membros da ONU irão debater a relação entre sociedade, economia e meio ambiente. Espera-se que o evento avance a agenda da Eco 92, que foi realizada na cidade há quase 20 anos, e que os participantes proponham novas soluções e estratégias para enfrentar os problemas do desenvolvimento.

A Conferência é uma oportunidade única para que os Brics - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - influenciem o debate e iniciativas sobre o desenvolvimento sustentável, ressaltando um dos seus principais interesses em comum: o papel do combate à pobreza. Esta oportunidade deve-se em parte ao peso que os Brics já têm no cenário internacional.

 O agrupamento possui um PIB combinado de aproximadamente 18,5 trilhões de dólares, reúne cerca de 40% da população do mundo e abrange mais de 25% da cobertura terrestre do planeta. Apesar de a pegada ecológica per capita dos Brics ainda ser menor do que a dos países industrializados, ela vem aumentando rapidamente com o acelerado crescimento econômico do agrupamento, refletindo uma série de desafios ambientais e sociais.

É natural, portanto, que a participação destes países na Rio+20 e na implementação de futuras medidas ambientais seja objeto de atenção da comunidade internacional.
Além de participarem individualmente nos debates internacionais sobre o meio ambiente (todos os Brics ratificaram o Protocolo de Kyoto), os países do agrupamento possuem agendas de cooperação abrangentes que incluem vários temas relacionados ao desenvolvimento sustentável.

 Na cúpula mais recente dos chefes de Estado dos países Brics, realizada em Sanya, na China, em abril, os Brics se comprometeram a colaborar no combate à pobreza e ao aquecimento global. No que diz respeito à mudança climática, os Brics concordaram em trabalhar pela conclusão das negociações da Conferência de Bali, que deve conduzir a um acordo internacional sobre aquecimento global a partir de 2013.

A Declaração de Sanya deixa claro que os Brics irão se empenhar para tanto "de acordo com o princípio de equidade e responsabilidades comuns porém diferenciadas". No mesmo documento, são evidenciadas preocupações específicas - entre elas a volatilidade das commodities, inclusive dos alimentos e da energia - que ameaçam não apenas o bem-estar dos Brics, mas também o desenvolvimento sustentável em nível global.


A agenda de cooperação para o desenvolvimento sustentável dos Brics não se limita à preocupação com a mudança climática. Além da defesa de condições que possibilitem o crescimento econômico, os cinco países compartilham o compromisso de combater a pobreza e buscar inovações para lidar com os desafios do desenvolvimento sustentável. 

Esta agenda inclui temas como mecanismos de proteção social, trabalho digno, igualdade de gênero, juventude e saúde pública (incluindo a luta contra o HIV/Aids). Em todas estas áreas, os Brics reconhecem a importância de se vincular o desenvolvimento socioeconômico à preservação dos recursos ambientais.

No entanto, sem uma coordenação prévia, os Brics correm o risco de perder a janela de oportunidade para reformular o debate global sobre a sustentabilidade e reforçar o papel do combate à pobreza. Para que isso ocorra, o agrupamento deverá definir, de forma mais concreta, o conceito de economia verde, que busca conciliar a atividade econômica com o combate à pobreza e a preservação de recursos naturais.

Esta abordagem pressupõe que é possível alcançar crescimento econômico, sem prescindir de melhorias no bem-estar social e do cuidado com o meio ambiente, especialmente por intermédio de inovações tecnológicas e de melhorias na governança global.

De acordo com a ONU, a economia verde preocupa-se com a equidade social, com os riscos ambientais e com a escassez de recursos naturais. A implementação de práticas inovadoras depende de uma série de fatores, entre eles investimentos adequados, legislação apropriada e maior eficiência no aproveitamento de recursos naturais e financeiros. Esta transição também depende do engajamento da sociedade civil e do setor privado.

Em todas essas áreas, o Brasil e os demais Brics se empenham em formular soluções inovadoras que possam contribuir para o debate em nível global, especialmente no que diz respeito à segurança alimentar e energética, bem como ao acesso das populações de baixa renda aos recursos básicos. Os Brics precisam dialogar sobre estes temas de forma mais sistemática, encontrando posicionamentos comuns a tempo de articulá-los durante a Rio+20. Só assim a ideia de uma transição global para a economia verde sairá do papel.

Fonte: O Globo - 21 Out 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 4.2 - "Indústria de Defesa, Tecnologia e Inovação".

 Embraer busca ampliar fornecedores para o KC-390

Virgínia Silveira

A Embraer está buscando novos fornecedores da indústria aeronáutica brasileira para o programa da aeronave de transporte militar KC-390, que está sendo desenvolvida pela empresa para a força aérea Brasileira (FAB). Na quarta-feira, cerca de 80 empresas nacionais do setor participaram de um workshop, promovido pela FAB, com o objetivo de apresentar oportunidades de curto e médio prazo para a cadeia produtiva da aeronave.

A indústria nacional, segundo o diretor do programa do KC-390 na Embraer, Paulo Gastão Silva, já participa de alguns sistemas considerados estratégicos no avião, como o trem de pouso, que será fornecido pela Eleb, subsidiária integral da Embraer. A AEL Sistemas, de Porto Alegre, foi escolhida para fornecer o computador de missão do KC-390, mas também está selecionada para participar de outros sistemas da aeronave.

Os detalhes sobre essa nova participação da AEL, de acordo com Gastão, serão anunciados nos próximos dias. A Embraer detém participação de 25% na AEL, com quem também criou, no começo de setembro, uma joint-venture - a Harpia - focada nos mercados de veículos aéreos não-tripulados, simuladores e sistemas aviônicos.

Na área de serviços de engenharia e projeto da estrutura do avião, a Embraer já vem trabalhando com quatro empresas brasileiras - Akaer, Aernnova, Sobraer e Alestis - todas elas com unidade industrial em São José dos Campos. Segundo a Embraer, o índice de nacionalização do KC-390, calculado pelo BNDES é estimado em 60%, mas poderá chegar a 80%, se não forem considerados os motores, que representam cerca de um terço do custo total da aeronave.

O motor do KC-390 será fornecido pelo consórcio International Aero Engines (IAE), formado pelas empresas Pratt & Whitney, Rolls-Royce, Japanese Aero Engine Corporation e MTU Aero Engines. O programa de desenvolvimento do KC-390 está orçado em R$ 3 bilhões. O primeiro voo da aeronave foi programado para 2014.

Atualmente, diz Gastão, mais de 500 pessoas, entre engenheiros e projetistas, trabalham diretamente no programa do KC-390 dentro da Embraer. "Estamos na terceira fase do projeto, que contempla as definições conjuntas e trabalho com os principais fornecedores e parceiros da aeronave. O objetivo no momento é detalhar e alinhar as diversas interfaces do projeto."

O próximo passo, segundo o executivo, previsto para meados de 2012, é o detalhamento do projeto e o processo de certificação da aeronave. Além de estimular o fomento e a capacitação da cadeia de fornecedores nacionais, a Aeronáutica está incentivando as empresas a buscarem parcerias com fornecedores de outros países já contratados pela Embraer no programa do novo avião.

Além do motor, a Embraer já anunciou seus parceiros na área de aviônica (Rockwell Collins), sistemas de movimentação de carga e lançamento aéreo (americana DRS Defense Solutions), sistemas de controle ambiental e de pressão da cabine da aeronave (alemã Liebherr Aerospace) e o sistema de automanete (americana Esterline Control Systems), entre outros.

Para os estrangeiros, a Aeronáutica exige compensações comerciais e tecnológicas. Segundo informações divulgadas anteriormente pela FAB, nas negociações dessas compensações, o projeto deverá gerar mais de 14 contratos de transferência de tecnologia.

Fonte: Valor Econômico – 21 Out 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 5.1 - "Conjuntura e Relações Internacionais".

Otan diz que avião não-tripulado dos EUA bombardeou comboio na Líbia

Coalizão, no entanto, não soube dizer se o comboio atingido levava Kadhafi. França diz que também atingiu comboio; ex-ditador foi morto pouco depois.

Uma aeronave não-tripulada da Força Aérea dos Estados Unidos participou dos bombardeios desta quinta-feira (20) na Líbia, informou um oficial da Otan. Ainda não está claro, no entanto, se os responsáveis pelo bombardeio que atingiu o comboio de Muammar Kadhafi, resultando em sua morte sob domínio de tropas da transição líbia pouco depois, foram forças dos EUA ou da França.

"Houve a participação de uma aeronave Predator (não-tripulada) dos EUA na missão mas não posso dizer com certeza se ela participou no bombardeio exato que teria atingido os veículos" do comboio de Kadhafi, informou o oficial.

A Otan confirmou que bombardeios aéreos sob seu comando atingiram um comboio perto de Sirte por volta de 8h30 no horário local (4h30 em Brasília), explodindo dois veículos militares no grupo, mas não disse se aquele se tratava de fato do comboio que levava o ex-ditador.

No mesmo dia, a França afirmou que jatos de sua Força Aérea atingiram o comboio, o que gerou a incerteza sobre os responsáveis pelo bombardeio que deteve Muammar Kadhafi.

Fonte: Portal G1 - 21 Out 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 4.2 - "Indústria de Defesa, Tecnologia e Inovação".


VANTs ganham espaço na pesquisa aeronáutica

Sara Nanni

Em pouco mais de três décadas, os VANTs passaram da ficção científica à realidade. Os VANTs são Veículos Aéreos Não Tripulados, um tipo de aeronave que não precisa de pilotos embarcados para ser guiada. Por meio deles, por exemplo, não é mais preciso que militares arrisquem suas vidas em operações militares. De uma sala de comando à distância, os VANTs são controlados através de meios eletrônicos de alta tecnologia. 

Muitas vezes não é necessária sequer a intervenção humana, e utilizam-se Controladores Lógicos Programáveis, um computador que desempenha funções de controle através de softwares desenvolvidos pelo usuário. Semelhanças com os videogames não são mera coincidência. Afinal, o joystick surgiu inicialmente como controle de aeronaves, e somente algumas décadas depois virou controlador do Atari.

Os fins militares justificaram o desenvolvimento dos primeiros VANTs, que foram inspirados nas bombas voadoras alemãs V-1, produzidas na década de 40 para ataques ao solo. Elas pesavam pouco mais de 2 toneladas e atingiam uma velocidade de 640 km/h. Essas máquinas voadoras de última geração foram projetadas para missões muito perigosas para serem executadas por humanos. Hoje, pesquisas em tecnologia para o desenvolvimento e a fabricação dos VANTs são estimulados principalmente pelas Forças de Defesa de Israel e dos EUA. 

Para que servem os VANTs
No Brasil, recentemente aconteceu a Operação Ágata 2, uma operação de segurança de fronteira realizada pela FAB (Força Aérea Brasileira), em que foi utilizado o VANT RQ-450, que fica baseado em Santa Rosa (RS), na fronteira com a Argentina. Esse VANT ajudou a FAB a interceptar mais de 30 aeronaves que estavam em espaço aéreo brasileiro de forma ilegal.

O primeiro VANT desenvolvido no Brasil foi o BQM1BR de propulsão a jato, um protótipo que serviria como alvo aéreo e que realizou um voo em 1983. O projeto não vingou por falta de recursos. A partir de 2000 começaram a aparecer outros projetos voltados tanto para a área militar quanto para a civil.

Na área civil, o VANT tem inúmeras aplicações e pode ser usado para a inspeção de oleodutos e de redes elétricas e de transmissão, vigilância policial e cobertura de fronteira, identificação de queimadas e metereologia. Porém, a área mais requisitada para seu uso ainda é a militar, atuando em operações de risco. Além de identificar alvos inimigos, ele pode ajudar na avaliação dos danos logo após os disparos e da necessidade de novos ataques.

Segundo especialistas, o mercado de VANTs no Brasil é bastante promissor, visto que não há nada semelhante em operação no país, portanto um vasto campo a ser desbravado. No mercado mundial as perspectivas são de crescimento. Os americanos investem cerca de US$ 300 milhões por ano neste tipo de aeronave.

VANT fabricado no Brasil
Com apoio da Finep, que destinou recursos do Fundo Setorial Espacial no valor de 9 milhões de reais, o CTA (Comando Geral de Tecnologia Aeroespacial), em parceria com a Avibras Indústria Aeroespacial, está retomando o projeto do primeiro protótipo de VANT brasileiro desenvolvido na década de 80. Na época o projeto não vingou por falta de recursos do governo federal.

As pesquisas começaram em 2004. Quando sair da fábrica, espera-se que esse VANT alcance até 200 quilômetros, com autonomia para 10 horas de voo e altitude de 5 mil pés. O VANT de reconhecimento será dotado de sensores de estabilização e navegação autônoma, capazes de fazer o monitoramento de uma determinada área. E todos os comandos que seriam controlados por um piloto serão feitos por um computador de bordo. Se há perda de sinal, a aeronave é programada para retornar a uma área pré-determinada.

PF e Forças Armadas têm boa imagem para 60%


Entre as instituições que, de alguma forma, trabalham com segurança pública, apenas as Forças armadas e a Polícia Federal têm boa imagem na população, segundo a pesquisa CNI/Ibope. Os dois órgãos são considerados bons ou ótimos por mais de 60% dos entrevistados.

Do outro lado, o Congresso Nacional é avaliado como ruim ou péssimo por 45%. O Judiciário é malvisto por 34% dos que responderam à pesquisa.

As Polícias Civil e Militar, que trabalham diretamente com a população, também não são bem avaliadas. Pouco mais de um terço dos brasileiros classifica-as como boas ou ótimas. Mais da metade considera que não houve melhora na área no último ano. Mas a avaliação das polícias é melhor que a das prefeituras, consideradas ruins por 32%.

A percepção geral é que a situação no País não melhorou nos últimos três anos ou, para 37% da população, está ainda pior. Mais da metade dos brasileiros considera que a segurança é péssima ou ruim no País. Quando perguntados sobre qual o maior problema do Brasil, a segurança pública perde apenas para a saúde. Quando se soma esse problema ao das drogas - a 3ª maior preocupação - chega-se a 56% dos entrevistados.

Fonte: O Estado de São Paulo – 20 Out 2011

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 4.2 - "Indústria de Defesa, Tecnologia e Inovação".



Amorim diz que compra de caças depende de efeitos da crise e não confirmou que a compra dos caças acontecerá em 2012


A compra de 36 aviões de caça para renovar a frota da Força Aérea Brasileira (FAB) dependerá da evolução da crise financeira mundial, afirmou nesta terça-feira em Paris o ministro da Defesa, Celso Amorim, que preferiu não garantir se a decisão será tomada em 2012.

"Neste momento, a consideração fundamental é de ordem financeira e econômica. Não sabemos quais serão as consequências da crise financeira mundial sobre o Brasil", disse Amorim, em uma coletiva no ministério francês da Defesa.

 "Devemos ser prudentes, sem esquecer que nossas necessidades na área de Defesa exigem uma decisão que não pode ser adiada indefinidamente."

Sem querer confirmar quando será anunciada a decisão sobre a compra, prevista para 2012 após o adiamento do projeto, Amorim reconheceu que "há urgência" em relação ao assunto.

"A vida útil dos Mirages está se esgotando. A manutenção vai custar caro a partir de 2013. Mas a urgência não é o único fator determinante. As possibilidades materiais também contam e é preciso balancear as duas coisas."

Além do Rafale francês, o americano F-18 Super Hornet, da Boeing, e o sueco Gripen, da Saab, também disputam a licitação brasileira para a compra dos caças.

Parceria
A pressão do governo francês para tentar vender seus aviões Rafale ao Brasil é enorme. Até hoje, a França não conseguiu exportar o modelo e conta com o Brasil para realizar sua primeira venda internacional. Por este motivo, o projeto de compra de caças para a FAB, chamado de FX-3, deverá dominar as discussões entre Amorim e autoridades francesas. O valor do projeto está estimado em cerca de US$ 6 bilhões (cerca de R$ 10,6 bilhões).

Nesta terça-feira, após encontro com o ministro da Defesa francês, Gérard Longuet, Amorim se reúne com o chanceler Alain Juppé. Ele também será recebido na quarta-feira pelo presidente Nicolas Sarkozy. O Brasil concluiu em 2009 uma "parceria estratégica" na área militar com a França que prevê a compra de helicópteros, que já começaram a ser fabricados no Brasil, e quatro submarinos convencionais Scorpène, com transferência de tecnologia, além do casco de um submarino com propulsão nuclear.

Segundo Amorim, que visitará na quarta-feira o estaleiro na Normandia onde estão sendo construídas partes do Scorpène, sua visita à França tem o objetivo de fazer um apanhado dos contratos em andamento.

Fonte: BBC BRASIL - 19 Out 2011

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 4.2 - "Indústria de Defesa, Tecnologia e Inovação".



No dia 11 de outubro, o STapajó realizou, com pleno êxito, dois lançamentos reais do torpedo MK 48 MOD 6AT contra alvo de superfície, em área marítima próxima ao Rio de Janeiro, empregando o sistema de combate integrado AN/BYG 501 MOD 1D. Assim, o STapajó tornou-se o primeiro submarino da MB totalmente modernizado, dispondo de um sistema de armas plenamente integrado, desde os sensores até o armamento. Esse evento, que teve por objeto a validação do sistema de combate e da sua integração com o torpedo MK 48, culmina um processo iniciado em 13 de abril de 2007, quando a Marinha decidiu-se pela aquisição do torpedo MK 48 MOD 6AT ADCAP e do sistema de combate AN/BYG 501 MOD 1D, que, a partir de agora, constituem o sistema de armas padrão dos nossos submarinos.

Fonte: Marinha do Brasil

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 4.2 - "Indústria de Defesa, Tecnologia e Inovação".


         Realizada em 20SET2011, com sucesso, a queima completa em bancada do motor nacional para a recertificação dos Mísseis Exocet MM40. A queima controlada ocorreu na empresa AVIBRAS com presença de representantes da MB e do fabricante original do motor – a empresa francesa MDBA. Este marco representa a independência do país na recertificação de motores de mísseis antinavio de médio alcance. Dessa forma, apresento meus cumprimentos à todos aqueles que participaram desse projeto.
         Para ver o vídeo completo da queima do motor selecione o Link abaixo:

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 5.1 - "Conjuntura e Relações Internacionais".


A chance dos Brics


O crescimento econômico mais acelerado confere status especial aos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) na conjuntura da crise internacional, possibilitando maior união e, portanto, o fortalecimento político desses países. Este ano, concretizou-se a entrada da nação africana. Outras podem integrar-se ao acrônimo em futuro breve. Na semana que passou, um acordo surgiu para encurtar a distância entre as respectivas bolsas de valores do grupo. Aos poucos, os emergentes vão se impondo, com o peso de US$ 17 trilhões em riquezas próprias (Produto Interno Bruto) e uma população equivalente a quase metade da mundial.

Da margem das grandes decisões internacionais para o centro delas, os Brics — que não se definem como bloco, mas como um fórum — têm perspectiva de rapidamente superar as economias dos Estados Unidos e da União Europeia. Mas carecem de alianças de fato, com acordos concretos entre os membros e negociações efetivas para aparar as muitas arestas. Nesse sentido, a aproximação das bolsas é avanço significativo. Pelo volume de negócios que envolvem, com capitalização estimada em US$ 9 trilhões, mas principalmente pelo encurtamento de distâncias, o entrelaçamento de interesses. Se mantiverem o foco, esses países poderão — e essa precisa ser a meta imediata — pôr sua força política para crescer na intensidade da expansão econômica.

O passo de agora ainda depende de regulamentações, da combinação (em um só) dos diversos índices das variadas bolsas. A complicada operação demanda tempo e somente deve começar a funcionar no primeiro semestre de 2012. Mas mercados acionários trabalham por antecipação e um fato positivo posto no futuro próximo já pode começar a dar resultados. A reação urge, pois os três principais motores dos Brics — China, Brasil e Índia — assistem ao declínio de suas bolsas para níveis próximos aos de 2008, quando a crise financeira global chegou ao auge.

Mais cedo ou mais tarde, o planeta não escapará da realidade imposta pela nova geopolítica e terá de rever seus organismos e mecanismos de controle, aí incluída a regulamentação financeira. Para que os Estados Unidos e a União Europeia não dominem os debates, os emergentes precisam ter voz. E embora Rússia e China façam parte do seleto clube com poder de veto no Conselho de Segurança da ONU, a capacidade real de influenciar decisões globais é limitada às grandes potências.

Bem diferente será uma atuação conjunta dos Brics, que formam polo de respeitável força (cada vez com mais peso no G-20), não esquecendo-se que a economia chinesa é hoje a segunda maior do mundo e que, entre os cinco países, apenas o Brasil e a África do Sul não têm bomba atômica. Mas esses Estados nacionais também precisam fortalecer seus mercados internos, dedicando-se a recuperar com igual força o PIB per capita de cada um deles.

Fonte: Correio Braziliense – 17 Out 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 5.1 - "Conjuntura e Relações Internacionais".


ONG critica Brasil por evitar ação contra Síria

Relatório da Human Rights Watch pede que governos brasileiro, indiano e sul-africano ajudem a interromper o massacre de opositores no país

A ONG Human Rights Watch criticou duramente o Brasil, a África do Sul e a Índia, que integram o bloco Ibas, por não usarem toda a sua "crescente influência global" para interromper o derramamento de sangue na Síria, onde, segundo a ONU, cerca de 3 mil pessoas foram mortas desde a eclosão dos protestos.

"Os líderes do Ibas não podem se sentar e observar a Síria implodir. Seus esforços de diálogo privado (com o regime do presidente Bashar Assad) não resultaram em nada e centenas de sírios morreram", disse Nadim Houry, diretor da Human Rights Watch para o Oriente Médio.

A crítica foi feita às vésperas da cúpula dos chefes de Estado dos três países, que começa hoje na África do Sul, com a presença da presidente Dilma Rousseff. Nos últimos meses, o Ibas tem mantido um diálogo para tentar convencer Assad a promover uma transição pacífica para a democracia.

Para Houry, os países do Ibas erraram quando não apoiaram uma resolução no Conselho de Segurança da ONU no dia 4. "Ao se absterem, Brasil, Índia e África do Sul fortaleceram o governo sírio e sua violência contra os manifestantes. Suas desconfianças (dos três países) dos motivos do Ocidente não devem cegá-los diante dos abusos do governo (de Assad). O atual comportamento da Síria é contra os ideais democráticos dos países do Ibas", afirma o diretor do Human Rights Watch.

Na avaliação dele, a reunião, que será realizada em Pretória, seria uma ótima oportunidade para o Ibas dar um recado mais duro para Damasco. De acordo com Navi Pillay, alta comissária para direitos humanos da ONU, os acontecimentos na Síria podem ser classificados como crimes contra a humanidade.

O Brasil, assim como a África do Sul e a Índia, já condenaram o regime de Assad algumas vezes por causa da violência. No entanto, os três acham que também é necessário criticar grupos armados da oposição em qualquer forma de resolução contra a Síria. Eles levam em conta ainda a enorme popularidade de Assad no país.

Em recente viagem à Síria, o Estado verificou que o regime reprime de forma violenta manifestantes pacíficos, matando e torturando centenas, ao mesmo tempo em que trava uma espécie de guerra civil contra facções armadas da oposição.

Forças dissidentes também estariam envolvidas nas mortes de civis partidários de Assad, que tem grande apoio entre as minorias cristãs, alauitas, drusas e entre os sunitas laicos da elite de Damasco e Aleppo. A ONU, na semana passada, confirmou que o cenário da Síria hoje se aproxima mais ao de um conflito civil.

Fonte: O Estadão - 17 Out 2011

Segue-se, matéria relacionada à Unidade de Estudo 5.1 - "Conjuntura e Relações Internacionais".


Ibas rejeita intervenção internacional na Síria

Em uma reunião de caráter essencialmente político, para reforçar a coordenação entre três dos maiores países emergentes democráticos de três continentes, Índia, Brasil e África do Sul divulgarão um comunicado amanhã em que devem cobrar respeito à soberania e integridade territorial da Síria em crise. Os presidentes dos três países, reunidos no grupo conhecido como Ibas, também reivindicarão das Nações Unidas o rápido reconhecimento do Estado palestino, mas querem dar maior destaque às questões econômicas, como a cobrança de maior esforço dos países da zona do euro para solucionar a crise financeira internacional.


Nos últimos dias, diplomatas dos três países, todos membros temporários do Conselho de Segurança das Nações Unidas, negociaram os termos da declaração do Ibas a ser assinada por seus respectivos presidentes. Por insistência do Brasil, além de condenar "todas as formas de violência" e violações aos direitos humanos na Síria, o Ibas deve cobrar do governo local proteção à população e aos civis desarmados. Mas os presidentes devem reafirmar que a única saída possível, para os países que compõem o Ibas, é um "processo político transparente" que inclua todas as facções políticas sírias e atenda às aspirações da sociedade local.

É uma manifestação que rejeita uma possível intervenção militar como a realizada na Líbia, e deixa espaço ao ditador Bashar Assad para buscar uma saída política negociada para o impasse no país, convulsionado por protestos e pela brutal repressão do governo. Os três países já enviaram uma missão diplomática a Damasco que obteve de Assad promessas de reformas democratizantes, até agora não cumpridas sob alegação de que o governo sírio é atacado por grupos armados terroristas.

Organizações não-governamentais, como o Human Rights Watch, cobram dos governantes do Ibas uma condenação mais enérgica do massacre contra a oposição, com mais de 3 mil mortos, promovido pelo governo sírio. A alta comissária das Nações Unidas para Direitos Humanos, Navi Pillay, aponta "alegações críveis de crime contra a humanidade" no país. Autoridades da Índia, às vésperas do encontro do Ibas, apontavam como uma vitória do grupo, entretanto, a abstenção coordenada dos três países na votação de uma resolução do Conselho de Segurança da ONU para sanções e possíveis ações da comunidade internacional contra o país dominado por Bashar Assad.

Os países do Ibas, especialmente a Índia, querem evitar um ataque militar como o realizado contra a Líbia de Muamar Gadafi, o que, no caso da Síria, poderia despertar reações violentas no mundo árabe, na avaliação dos diplomatas. Na votação do Conselho de Segurança, o representante indiano, Hardeep Puri, acusou a resolução contra a Síria - afinal vetada por China e Rússia - de ignorar a "violência perpetrada pela oposição" na Síria.

As autoridades da Índia anunciaram antes do encontro em Pretória, na África do Sul, que esperam ver o agravamento da crise financeira mundial como principal tema do encontro do Ibas - como, aliás, deseja a presidente Dilma Rousseff. Os três países devem declarar sua preocupação com a deterioração do cenário econômico mundial e cobrarão maiores passos para a reforma da "governança global", por meio da ampliação da participação dos países emergentes no Fundo Monetário Internacional e da atuação do G-20, o grupo dos países mais influentes na economia mundial, do qual as nações do Ibas fazem parte.

Os presidentes devem lembrar, ainda, como a crise ameaça as perspectivas econômica principalmente nos países em desenvolvimento e entre os mais pobres. Dirão que Índia, Brasil e África do Sul têm feito sua parte para evitar um colapso econômico global, por meio de políticas de desenvolvimento e combate às pressões inflacionárias, e pedirão avanços nas discussões sobre medidas contra a crise, antes da reunião de novembro do G-20, em Cannes.

A reunião de cúpula do Ibas é precedida hoje por um encontro entre ministros dos três países para dar os últimos retoques à declaração final. Os presidentes discutirão também como avançar com a incipiente coordenação entre os três países em projetos conjuntos, como o plano de lançamento de um satélite trilateral de observação meteorológica. O satélite, que deve ter sua construção realizada pela África do Sul, os equipamentos que compõem sua carga útil feitos no Brasil e lançamento a cargo da Índia, é um projeto de US$ 17 milhões a US$ 20 milhões, suspenso até agora por insuficiência orçamentária nos três países. Não devem ser anunciados passos concretos, mas a intenção de retomar o projeto.

Mais definida está a continuidade do fundo trilateral para cooperação em terceiros países, que os presidentes pretendem estender a mais beneficiários. O fundo, de apenas US$ 3 milhões anuais, já acumulou U$ 17 milhões em projetos em onze países - como Haiti, Guiné Bissau, Palestina e Vietnã - para atividades diversas, de energia solar a um hospital infantil, e programas de melhoria em avicultura, piscicultura e produção de arroz.

Os três países vêm, pouco a pouco, aumentando o comércio entre si, embora a maior parte dos US$ 17,2 bilhões registrados em 2010 seja entre Índia e os outros dois parceiros. Eles traçaram a meta de chegar a US$ 30 bilhões, até 2015, que pode ser prejudicada pela crise global - os sul-africanos chegaram a sugerir a redução da meta, para US$ 25 bilhões. Assim como o crescimento do comércio, a cooperação dos três países tem rendido frutos nas discussões sobre o meio ambiente, em que coordenam posições com a China no grupo conhecido como Basic.

Fonte: Valor Econômico - 17 Out 2011